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Artigo- A CONSTRUÇÃO DO DISCURSO SOBRE DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL, RELIGIOSA E DE GÊNERO NO LIVRO DIDÁTICO

A CONSTRUÇÃO DO DISCURSO SOBRE DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL, RELIGIOSA E DE GÊNERO NO LIVRO DIDÁTICO


Márcia Mirene Dias Felipe - marciamirene45@hotmail.com
Drª Luciana de Oliveira Dias (Orientadora) – lucianaoliveira99@hotmail.com
Curso de Especialização em Gênero e Diversidade na Escola – GDE
UFG – Catalão - Polo UAB Itumbiara

Resumo

O estudo apresentado neste trabalho é relativo à discriminação e ao preconceito racial, Objetivou-se apontar o papel das linguagens dos livros didáticos do Ensino Fundamental, no que diz respeito à atenuação ou a perpetuação do preconceito as diversidades de gênero, religiosa e de racismo no Brasil. As teorias apresentadas procuraram demonstrar que os textos fazem parte do cotidiano escolar e são fundamentais para explicar e reforçar nossa relação com o mundo visual, consequentemente para o desenvolvimento intelectual de jovens e crianças em situação de aprendizagem. O trabalho consistiu em um levantamento de bibliografias afins e análises de imagens e textos de livros didáticos disponíveis e em uso nas escolas públicas atualmente.

Palavras-chave: Discriminação; Racismo; Diversidade; Livro Didático.

Introdução
Esta pesquisa procura realizar a identificação de textos e imagens representativas dos conteúdos no que se refere população brasileira e suas diversidades apresentadas nos livros didáticos de Língua Portuguesa, Ensino Religioso e História, publicados entre 2005 e 2010, que estiveram ou estão em uso nas escolas escolhidas para a pesquisa.
O objetivo geral dessa pesquisa é apontar o papel da linguagem visual e textual, dos livros didáticos do Ensino Fundamental no que diz respeito à atenuação ou perpetuação do racismo e da diversidade de gênero e religiosa no Brasil.
Especificamente, a pesquisa procurou:
a) Detectar nos livros didáticos, imagens que colocam segmentos minoritários da sociedade brasileira.
b) Verificar se a linguagem utilizada nos livros didáticos, publicados entre os anos de 2005 a 2010, trazem conteúdos sobre as diversidades citadas acima, suas riquezas e complexidades.
c) Verificar, a partir das imagens contidas no livro didático, o que o educando pode aprender sobre si, sua cultura, seu pertencimento cultural, e o que pode aprender sobre as diversidades de culturas a sua volta tendo em vista sua realidade atual, pois só assim poderá futuramente promover mudanças sociais de comportamento.

Fundamentação Teórica: A Constituição Federal e a LDB
No que se refere especificamente à Educação, o artigo 27, inciso I, da Constituição Federal destaca que os conteúdos curriculares da Educação Básica devem observar “a difusão de valores fundamentais no interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos de respeito ao bem comum e a ordem democrática”. Perante essas diretrizes traçadas pela Constituição Federal busquei analisar as proximidades e distanciamentos entre a legislação civil e a legislação educacional, como também dos Parâmetros Curriculares Nacionais, tudo à luz de incansáveis leituras de artigos, teses monográficas, e bibliografias de grandes autores preocupados prioritariamente com a forma pela qual esse aparato legal trata a questão educacional em relação as diversidades raciais, religiosas e de gênero nos livros didáticos.
A LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), tem como um dos desafios regulamentar a atuação da União para gerir o modelo educacional brasileiro, em colaboração com estados, distrito federal e municípios, dando diretrizes que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos. A LDB, apesar de várias lacunas, contribui para colocar na pauta de discussões questões relativas à diversidade cultural e a pluralidade étnica e ultimamente de gênero.
Pautada nesta legislação surgem os PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais) que, embora não sejam normativos, adentram no cotidiano das escolas com esse caráter e é assumido como instrumento legal por muitos gestores e professores. As indicações expressas nos PCN’s para se trabalhar nas escolas de Ensino Fundamental trazem à tona debates que afligem a sociedade atual como: Meio Ambiente, Sexualidade e Pluralidade Cultural, levantando questões para que os profissionais da Educação possam se subsidiar e lidar com menos preconceito sobre esses assuntos.
Ainda de acordo com o referido documento, a postura laica da escola pública torna-se imperativo no cumprimento do dever do Estado, referente ao estabelecimento pleno de uma educação democrática, voltada para o aprimoramento e a consolidação de liberdades e direitos fundamentais da pessoa humana, como pode ser observado no fragmento abaixo:
A aplicação e o aperfeiçoamento da legislação são decisivos, porém insuficientes. Os direitos culturais e a criminalização da discriminação atendem aspectos referentes à proteção de pessoas e grupos pertencentes às minorias étnicas e culturais. Para contribuir nesse processo de superação da discriminação e de construção de uma sociedade justa, livre e fraterna, o processo há de tratar do campo social, voltados para a formação de novos comportamentos, novos vínculos, em relação àqueles que historicamente foram alvos de injustiças, que se manifestam no cotidiano (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1997).
O livro didático deveria, conforme RANGEL (2001, p.13), estimular a cidadania, produzir efeitos contra qualquer forma de preconceitos e discriminações no contexto escolar ou fora dele. Veja a consonância de ideias:
A escola existe para formar sujeitos preparados para sobreviver nesta sociedade, e para isso precisam da ciência da cultura da arte, precisam saber coisas, saber resolver dilemas, ter autonomia e responsabilidade, saber dos seus direitos e deveres, construir sua dignidade humana, ter uma autoimagem positiva, desenvolver capacidades cognitivas para se apropriar criticamente dos benefícios da ciência e da tecnologia em favor do seu trabalho, da sua vida cotidiana, do seu crescimento pessoal. (LIBÂNEO 2002, p.24))
Tais afirmações seriam uma utopia, parte de um discurso demagogo e político ou uma conquista almejada por uma sociedade que sofre calada os descasos de seus governantes?

Metodologia: Apresentação e análise do livro didático
Paulo Freire (1978. p.35) nos capítulos iniciais da Pedagogia do Oprimido, apresenta os pressupostos basilares da Educação Libertadora. Para ele, “o ser humano tem uma vocação ontológica para o ser mais”. Consciente da sua inconclusão, o homem busca de forma permanente sua humanização, sua plenitude. Essa procura de complementação se dá na sociedade, ambiente de disputa de hegemonias e de choque de interesses.
É notório que a sociedade ao cristalizar uma ordem injusta, impede a realização do ser mais, o que produz nela mesma dupla desumanização, a dos oprimidos e a dos próprios opressores. Daí a clássica conclusão do educador brasileiro de que só a luta dos oprimidos pode restaurar a humanidade de todos, com a inauguração de uma sociedade igualitária, sem lugar para opressões. Mas como promover a restauração dessa humanidade tão oprimida descrita por Paulo Freire.
Para sermos agentes de tal restauração é importante entendermos os conceitos de Laicidade e Pluralismo e como relacioná-los ao livro didático usado nas escolas públicas brasileiras.
Segundo (DINIZ, 2010, p.54) “laicidade é um instrumento do Estado democrático que garante a igualdade, sendo que a igualdade garantirá o pluralismo”.

Laicidade / Pluralismo / Livro Didático
Durante a pesquisa para elaboração desse artigo, realizei um levantamento considerável de livros didáticos analisados pelo MEC e distribuídos pelo PNLD nas escolas públicas nos últimos dez anos. Após uma análise minuciosa dos referidos livros do Ensino Fundamental surgiu a pergunta: Como as diversidades raciais, religiosas e de gênero se expressam nos livros didáticos? Antecipando a resposta, num modo geral o livro didático omite o processo histórico–cultural, o cotidiano e as experiências dos segmentos subalternos da sociedade.

A abordagem do negro no livro didático
Veja o quanto esse quadro contribui para o preconceito desqualificando toda a riqueza intelectual e artística desse povo guerreiro e massacrado pelo branco. Infelizmente, os livros e manuais escolares, em geral, ao retratarem os herdeiros dos estigmas e desafios escravistas, divulgam uma visão eurocêntrica, baseada na ideologia do branqueamento.







Um jantar brasileiro (1827) - Debret. Aquarela

A superioridade do branco comprovada na gravura ao lado; a estereotipia através das analogias de cunho negativo, a invisibilidade de todo o processo de luta pela verdadeira emancipação pré e pós-13 de maio, a rejeição à estética (beleza) negra e às religiões de matriz africana como o candomblé, são algumas (dentre muitas outras) das representações discriminatórias impressas.






Escravo sendo açoitado no pelourinho, por Debret.
É revoltante e absurdo que o livro didático seja transmissor de imagens como as citadas acima, assim como textos que incutam valores negativos de determinados grupos étnicos, comprove essa afirmação sob o ponto de Freitag:
A ausência de temas do aluno carente, do conflito de classes, da discriminação racial, quanto à presença de estereótipos,” demonstra que é necessária a inclusão de temas referentes ao preconceito e às diversas formas de injustiça social. (FREITAG, 1997, p.85).
Assim, pode–se perceber que a estrutura do livro didático precisa ser modificada, para melhor atender a prática educacional e combater qualquer tipo de discriminação.
Com relação à Língua Portuguesa e tendo em vista que toda forma de preconceito impede o indivíduo que a sofre de uma participação plena na vida cultural, o que engloba a dimensão escolar, os livros didáticos de Língua Portuguesa, do Ensino Fundamental apresentam formas de discriminação e práticas racistas explicitamente em suas páginas, contribuindo para a manutenção da visão do preconceito. Essas ações preconceituosas atuam de maneira agressiva contra os grupos ou indivíduos que as sofrem, deixando marcas profundas, em cidadãos em formação, como crianças e adolescentes no contexto escolar.
Diante dessa afirmativa é possível perceber essas marcas por meio de pequenos comentários de alunos negros em sala de aula, julgamentos de inferioridade ou incapacidade com uma forte presença de baixa autoestima. Esse aluno certamente assimila a desvalorização do negro presente no livro didático, através dos papeis que lhe são atribuídos como por exemplo, o negro ser sempre o causador de confusões, ser o rebelde, como os personagens dos textos PIVETE (Francis Hime e Chico Buarque) e NEGRINHA (Monteiro Lobato), ou até mesmo aparecer como a criança suja da história; além de toda essa imagem deturpada, ainda pode-se perceber que a mulher negra aparece sempre na cozinha ou como serviçal, nunca como a patroa, isso apenas para dar ideia do que se encontra nos livros didáticos atuais. Nas revistas e na televisão os homossexuais como transsexuais e travestis são sempre vistos, filmados e fotografados nos becos, ruelas ou avenidas escuras a espera de seus “clientes”.
Moscovici (2004, 31) salienta “os meios de comunicação desempenham um papel importantíssimo no processo da representação social, tornando-a senso comum”. As representações sustentadas pelas influencias da comunicação constituem as realidades de nossa vida cotidiana e servem como o principal meio para estabelecer as associações com as quais nós nos ligamos uns aos outros.
O que não é possível de se admitir é a omissão de uma discussão sobre a presença discriminatória difundida em sala de aula através do livro didático; afinal, as pessoas necessitam ser educadas para respeitar umas as outras com suas diferenças; é preciso começar a mudar, e nada melhor do que iniciar por aquele que exerce papel fundamental de difusor do conhecimento no cotidiano escolar: o livro didático.

Desenvolvimento: Você já parou para questionar como a diversidade sexual se expressa nos livros didáticos de tais disciplinas?
Após as leituras sobre diversidade de gênero realizadas durante essa pesquisa fiquei me perguntando: Como a diversidade sexual se expressa nos seus livros didáticos? E a resposta encontrada foi: Ela não se expressa. Não existe diversidade sexual nos livros didáticos. Neles o mundo é hétero. O mistério da reprodução só acontece de forma biológica e científica nos livros de Ciências. Nessa ferramenta de apoio do aluno, só existe masculino (pênis) e feminino (vagina). Não existe o conceito da palavra gênero, para os autores desses livros o binarismo de gênero é constituído da ordem social. Não há homofobia entendida na sua forma concreta, isto é, pela expressão de injúria. Assim podemos considerar que o silêncio sobre a diversidade é uma forma de homofobia sim. Obviamente, como educadores, precisamos dar um conteúdo ao conceito. Se não há injúria não há homofobia.
Atenda para a citação a seguir e veja como o autor reconhece as deficiências do ensino no livro didático de Ciências do Ensino Fundamental no Brasil:
Quando autores de livros ousam propor uma coleção com abordagem menos linear e fragmentada, rompendo como a organização tradicional, há pouco sucesso na adoção pela maioria dos professores, que parecem se sentirem mais seguros em utilizar livros da chamada linha tradicional. (FRACALANZA,1993, p.19).

Que tipo de conteúdos deve abordar um currículo de ciências que alfabetize cientificamente e prepare para a cidadania?
Os alunos devem aprender ciência, aprender a fazer ciência e aprender sobre a ciência. Na prática, o currículo de Ciências, do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental, que vem norteando o ensino brasileiro atualmente ainda mantém uma abordagem estanque e fragmentada dos conteúdos, predominantemente do tipo factual e conceitual. Nesse currículo fragmentado, os conteúdos de Ciências no oitavo: Corpo Humano, enfatiza apenas o conceito de gênero masculino e feminino, deixando de lado o respeito as diversidades com relação as orientações sexuais dos educandos.
Em geral, os conteúdos são estudados de forma desconectada entre si e com a realidade do aluno. Percebe-se também uma valorização dos conteúdos da Biologia com relação ao meio ambiente, não que seja necessário destacar preocupação com o esse tema, que também é primordial para o bem estar do homem, provavelmente isso se dá pelo fato da maioria dos professores de Ciências do Ensino fundamental em questão, ter formação nessa área e nela apresentar maior segurança conceitual. A maior parte dos livros didáticos existentes no mercado editorial ratifica essa organização estanque, fragmentada e “biologizante” do currículo de Ciências. Veja como se defende essa autora de livros didáticos de Ciências.
Uma noção singular e tímida de gênero e sexualidade vem sustentando currículos e práticas de algumas de nossas escolas, mas ainda é pouco, precisamos estudar mais, nos informar mais, a prender a aceitar as diferenças multiculturais enquanto pessoas e educadores. (LOURO, 2002, p.93).
O Ensino Religioso e sua pedagogia no livro didático
De todos os conteúdos que entram nas escolas públicas do Brasil, a única disciplina cujos livros o Estado não avalia é o Ensino Religioso. O ESTADO diz: “Eu não tenho como dizer o que é certo ou errado no campo religioso.” Não obstante o Estado diz o que é certo na Física, na Química e na Matemática a despeito de todas as disputas científicas. Na religião Ele diz: “Eu não tenho como dizer”.
Dando continuidade à busca para aquisição de material bibliográfico para realização dessa pesquisa sobre o livro didático de Ensino Religioso me deparei com uma norma constitucional que garante o ensino religioso nas escolas públicas do Brasil. E um fato me incomodou. Por que religião tem que estar nas escolas públicas? Tais conceitos não teriam de ser assimilados ou aprendidos no seio da família de acordo com seus preceitos e valores uma vez considerado o laicismo no ensino público. Bom essa pergunta todos nós educadores sabemos respondê-la.
Grande parte das famílias perdeu ou nunca adquiriram tais valores, essa afirmativa se reflete no cotidiano da sala de aula, através de das atitudes dos alunos. Então, o que as escolas têm ensinado? Se realmente essa geração de alunos que fizeram o uso do livro didático tivessem tido a formação correta não teríamos tanta violência na sociedade. Não presenciaríamos tanta morte de homossexuais causadas pelo preconceito homofóbico.
Os livros didáticos de Ensino Religioso mais adotados no País não seguem preceitos básicos das leis brasileiras que tratam do tema. Ao contrário do que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), as obras professam doutrinas religiosas específicas, discriminam comportamentos de gênero e ideias. Preocupadas com o Ensino Religioso oferecido nas escolas públicas, incomodadas com a falta de definições claras na legislação educacional sobre o ensino dessa disciplina facultativa e conhecedoras da situação em que se encontra o nível de discriminação e preconceito de gênero as pesquisadoras Débora Diniz, Tatiana Lionço e Vanessa Carrião, da Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, decidiram investigar que conteúdos os alunos brasileiros têm acesso durante essas aulas.
Em 2009 as pesquisadoras realizaram esse estudo, fundamentadas e sob a luz das obras de Simone de Beauvoir, especificamente no livro intitulado, O segundo sexo, onde a escritora feminista afirma que "o corpo é uma situação" ou que "não nascemos mulheres, mas nos tornamos mulheres...". (BEAUVOIR, 1949, p.35).
Após analisar uma amostra de vinte e cinco obras de Ensino Religioso produzidas por editoras laicas ou religiosas, o resultado dos estudos se transformou no livro Laicidade e Ensino Religioso no Brasil. “Os livros analisados estão em circulação no cenário nacional como potencialmente os de maior uso em escolas privadas ou públicas”. (DINIZ, 2009, p.58).
A primeira constatação da pesquisa é a prevalência da representação das religiões cristãs nas obras analisadas, sobretudo do catolicismo. As religiões afro-brasileiras e indígenas eram sub-representadas, nem sequer eram reconhecidas.

Sexualidade e Religião
A diversidade sexual – especialmente a homossexualidade – ainda é um tema pouco explorado pelos livros didáticos de ensino religioso. Um único livro tratou do tema, demonstrando “julgamentos discriminatórios” de acordo com as autoras Débora Diniz, Tatiana Lionço e Vanessa Carrião, no mesmo livro da coleção Todos os Jeitos de Crer, na página 156, há um quadro sobre o tema. O volume 4 da coleção Todos os jeitos de crer utiliza expressões como “desvio moral” e “doença física ou psicológica” para falar do homossexualismo. No texto, há expressões como “desvio moral”, “doença física ou psicológica”, “conflitos profundos” e “o homossexualismo não se revela natural” são usadas para se referir a quem se relaciona com pessoas do mesmo sexo. O quadro termina com a seguinte reflexão: “Se isso se tornasse a regra de conduta humana, como a humanidade se perpetuaria?”
Não obstante, contradições entre estudiosos sobre o assunto sexualidade e religião foram detectadas durante minhas leituras. Apresento – lhes uma que ocorre entre o Padre Leonardo Boff, no livro “Feminino e Masculino – uma nova consciência para o encontro das diferenças e a escritora Rose Marie Muraro, que é conhecida pelas suas ideias feministas e pró-gays. Observem o que diz Boff em seu livro:
“A sociedade precisa convocar homens e mulheres para unirem forças e encontrarem um meio de sobrevivência diante do que está sendo vivido.” (MURARO, 2001, p.17).
“A humanidade está passando inegavelmente por uma crise que atinge os fundamentos da sua subsistência na Terra.” (BOFF, 2001, p.17).
Nesse trecho sim, temos exemplo de homofobia. Seria o mesmo que terem afirmado: ‘’Se for permitido que as pessoas venham a ser gays, a humanidade corre o risco de ser exterminada. A secularidade da sociedade brasileira é frágil, com isso a liberdade religiosa no país não protege a homofobia, logo, o discurso do ódio não está amparado na liberdade religiosa, a laicidade, não pode ser expressa nos livros didáticos porque está protegida sobre o manto da liberdade religiosa. Vivemos em um estado laico que reconhece a igualdade e o direito de não ser discriminado. Se há algo que as comunidades religiosas possam vir a sustentar seria os princípios da liberdade religiosa e da discriminação. Nós, educadores, sociedade e família, temos um princípio ainda mais importante, que é o da igualdade, a qual temos o direito e devemos zelar e exigir proteção à igualdade.

Análise do livro didático adotado na EJA (2011) – Segunda Etapa
Livro de Português, Coleção Tempo de Aprender. Autores: Cícero de Oliveira Silva Elizabeth Gavioli de Oliveira silva Greta Nascimento Marchetti. Editora IBEP, 2ª Edição, São Paulo, 2009, 9º ano, adotado na modalidade EJA 6º semestre.
O livro traz ótimos textos, à primeira vista, contextualizados e de claro entendimento, porém falha em alguns aspectos quando deixa de aprofundar e explorar alguns temas importantes como, quais seriam os valores a serem adotados por uma sociedade que busca a construção da sua identidade em nível nacional? O livro está organizado em duas unidades sendo:
Unidade 1- Trabalho e consumo
Capítulo1- Seu trabalho faz a diferença
Capítulo 2-O que temos e o que queremos
Unidade 2- Globalização e novas tecnologias
Capítulo 1- Desafios da globalização
Capítulo 2- Dores e sabores da América Latina.
O primeiro texto interessante é, “Eles não usam black-tie”, da Unidade 1, Trabalho e Consumo, Capítulo 2, “O que temos e o que queremos”, página 29. O texto é um fragmento da peça, Eles não usam black-tie, um marco do teatro brasileiro de temática social.
Com já disse, trata-se de um texto teatral, foi com a encenação de Eles não usam black-tie, que se iniciou uma produção sistemática e crítica de textos dispostos a representar as classes subalternas, com ênfase para a representação do proletariado. Nesse sentido, a peça de Guarnieri insere-se num quadro que se ampliou a partir da década de 1950, quando surgiu uma dramaturgia com preocupações ligadas à representação de uma camada específica da sociedade brasileira e, para além disso, em busca da construção de uma identidade nacional pautada em variedades culturais internas.
Percebi que a análise do discurso do texto poderia ser mais explorado no livro com relação à temática política, o autor do livro poderia aproveitar a oportunidade para instigar o aluno à compreensão de problemas sócios econômicos, que geram o debate entre coletividade e o individualismo, contribuindo assim para a diminuição do preconceito econômico (quando mostra o conflito entre os personagens da favela.
Mas o que ocorre na análise é, se por um lado o autor mostra um olhar profundo dentro da sociedade brasileira, por outro esse olhar vem embalado por um valor poético materializado na visão romântica do mundo de seus personagens.
Um ponto que considerado relevante nessa unidade é na seção “Tramando textos e ideias”, quando o autor propõe um debate que questiona o aluno de forma superficial sobre o assunto, bom pelo menos ele abre espaço para um questionamento e reflexão do aluno da EJA, uma vez que este já tem maturidade suficiente para entender certos problemas sociais vividos por ele mesmo como, a falta de emprego, a fome e o preconceito racial embutido na mensagem do texto.
Enquanto a seção reafirma os estigmas do aluno de classe economicamente desfavorável, na seção, Um olhar para a língua apresenta conteúdos gramaticais que não atende a proposta de contextualidade.
Importante: Ao final dessa unidade, na seção ampliando o tema, o autor reafirma as diferenças socioeconômicas enfatizando os textos propagandas, exibindo fotos de carros de luxo para ilustrar exercícios sobre o modo Imperativo dos verbos adquirir fazer, deixar e negociar, em outro exercício faz questão de explorar modelos da raça negra, mas sabe sob qual enfoque? Divulgando uma revista educacional, Dia a Dia da Educação e um cartaz do MEC ilustrado por um jovem negro andando de skate agradecendo e parabenizando o professor pelo seu dia. Isso é repugnante!
Para concluir a análise desta unidade gostaria de citar a opinião do autor e crítico literário Almeida Prado:
Eles não usam Black Tie, põe diretamente o dedo na ferida. A greve é o seu tema ostensivo, uma greve operária, de reivindicação por melhores salários, que acaba por separar pai e filho. O pai, revolucionário consciente de seus fins, forte da força de sua classe, é um dos cabeças do movimento. O filho, criado por circunstâncias várias [no caso do filme, o período da ditadura no Brasil, compreendendo de 1964 a 1979], em um ambiente diverso, pensa em primeiro lugar no próprio futuro. Corajoso quando se trata de enfrentar os homens – e o fato mesmo de furar deliberadamente a greve põe isso em evidência – e o seu medo é o de outra natureza: o grande medo de nossa sociedade moderna. O medo de ser pobre. Jovem, nas vésperas de se casar, com mulher e filho em perspectiva, só tem um cuidado: fugir de sua condição operária, melhorar de vida, subir – e quem ousaria, de consciência tranquila, lançar- lhe a primeira pedra (PRADO, 1964, p. 132).

A análise a seguir trata-se da segunda unidade do livro, Globalização e novas tecnologias, que trás os textos: Desafios da globalização e Dores e sabores da América Latina.
Achei o texto Desafios da globalização bacana, mas inadequado para a clientela da segunda etapa da EJA, correspondente ao 6º ao 9º ano. Vejam bem, esses alunos estão afastados da escola à muito tempo, estão retornando cheios de expectativas e sonhos porém totalmente cheios de responsabilidades emergenciais, principalmente as mulheres, que são provedoras dessa famílias de mãe e filhos apenas. Todos sabem da importância da globalização para a humanidade. Mas o que está sendo globalizado no entendimento deles? Para eles, a fome, o desemprego e a violência chegam pela TV, fazê-los entender o que é ciber cultura, para eles esse nome só trás mais violência é o que a TV enfatiza em seus programas quando mostra conflitos entre gangues combinados pela WEB.
O artigo de opinião Cultura capaz de civilizar a globalização que está na seção Desvendando o tema, tenta esclarecer o assunto, mas se esbarra na falta de espaço, penso que se faz necessário um novo espaço público, aberto à participação de todos, que garanta o acesso generalizado à informação pública, como direito fundamental do ser humano. A liberdade de expressão implica necessariamente o livre acesso à informação, em particular à informação de domínio público que deve ser desde agora um elemento chave na batalha contra a pobreza, a ignorância, e a exclusão social.
IMPORTANTE: Apenas ao final deste capítulo o autor contextualiza e aborda o tema racismo de forma sutil quando sugere a leitura da página do blog da Folha, http://penaafrica.folha.blog.uol.com.br/perfil.html, o qual usa a imagem de Saramago, Prêmio Nobel, Saramago sobre a África, apenas para registrar a importância das mídias no mundo, quando sua intenção é propor ao aluno a criação de um blog. Uma ideia válida se não fosse o fato da maioria desses alunos não terem acesso ao computador muito menos à internet.
Dessa forma se o professor não estiver atento ao seu planejamento e ter pesquisado as sugestões de pesquisa do livro na WEB, esgotando assim todas as possibilidades de aquisição do conhecimento, poderá correr o risco de ocorrer o que aconteceu comigo durante essa análise. Não encontrei essa página na internet.
O capítulo a ser analisado a seguir tem o título de Dores e sabores da América Latina. Esse capítulo sim nos remete um conteúdo rico em questionamento pois tem como protagonista dos textos o grande escritor, filósofo ,sociólogo e educador brasileiro, Paulo Freire.
O autor do livro inicia o capítulo linkando os textos anteriores da unidade, questionando o leitor: O que será essa tal globalização que todo dia ”martelam” em nossa mente?
Bom ele não responde à essa pergunta, mesmo assim respondo por ele.
Estamos num momento em que o mundo cresce e, mesmo assim, diminuem- se as distâncias. Dizem que seremos uma grande aldeia que já chamam de “aldeia global”, mas há tantas coisas diferentes no mundo, há tantos abismos entre os povos... Como essas coisas serão acomodadas, solucionadas? É preciso saber o que somos, para saber o que queremos, para valorizar a diversidade e a nossa independência. É necessário saber o que podemos dar a fim de saber o que receberemos, a fim de que a igualdade seja a medida de toda justiça.
No primeiro texto de Moacyr Scliar, uma crônica, Casa grande &Quintal, o autor procura despertar no leitor o verdadeiro sentido das palavras, sem atribuir nenhum indício de poesia. Além de explorar o abismo econômico das classes sociais presentes no texto.
Nesse capítulo o autor irá explorar as manifestações culturais do país e começa pela referência principal, como era vida dos escravos que vieram para o Brasil, como eram tratados e qual foi a herança que ficou para seus afrodescendentes. Toda a análise do discurso deste texto foi bastante contextualizada, sempre remetendo a realidade das favelas e os acordos realizados entre os países que fazem parte da ALCA, Alca de Livre Comércio das Américas, proposto pelos Estados Unidos.
O conteúdo gramatical Concordância verbal e Nominal, também foi explorado de forma contextualizada. Até mesmo nas regras especiais de concordância dos verbos, haver e existir o autor usou frases relacionadas ao tema da unidade.
Outro texto que achei interessante foi Antares, fragmento do livro Acidente em antares de Érico Veríssimo.
A cultura através das manifestações folclóricas foi abordada nesse capítulo de forma diferente até então para mim. O autor lançou mão da letra de uma música de Kleiton e Kledir, artistas do sul do país, Roda de Chimarrão, para falar da cultura brasileira em geral, abrindo leque e sugerindo uma riquíssima pesquisa sobre. O Folclore brasileiro. Dessa forma procurou buscar no Brasil vestígios da cultura brasileira através dos imigrantes que preservam a cultura eurocêntica. Para ilustrar esse poema o autor usou a gravura de uma figura folclórica lendária, um boitatá tomando chimarrão na cuia.
Roda de Chimarrão
Composição: (kleiton Ramil / Kledir Ramil)
Música: Roda de Chimarrão
Puxa um banco e senta que tá na hora do chimarrão
É o sabor do pampa de boca em boca, de mão em mão
Puxa um banco e senta, vam cá pra roda de chimarrão
Ele aquece a goela e de inhapa a alma e o coração

Esquentei a água no fogareiro do Boitatá
Tô cevando o mate com erva da boa da barbaquá
E vamos charlando e contando causos que lá se vão
É o sabor do pampa de boca em boca e de mão em mão
Acendi uma vela que é pro Negrinho nos ajudar
A encontrar as histórias porque a memória pode falhar
É sabedoria deixa o amargo viver em paz
Mate e cara alegre porque o resto a gente faz
Dizem que não presta mijar cruzado pois dá azar
Se grudar os cachorro só água fria pra separar
Diz que palma benta pra trovoada é o melhor que há
E se assoviar o minuano é certo que vai clarear
Minha avó me disse que andar descalço dá mijação
Cavalo enfrenado na lua nova fica babão
Com passarinheiro e mulher sardenta é bom se cuidar
E que vai depressa demais a alma fica pra trás

O melhor pra tosse é cataplasma e chá de saião
Pra acabar com a gripe só sabugueiro ou então limão
Pra curar verruga é benzer pra estrela e invocar Jesus
Contar mal olhado um galho de arruda e o sinal da cruz
Chá de quebra pedra, ipê, arnica, canela em pó
Hortelã, marmelo, marcela boa e capim cidró
Tudo tem remédio churrio, cobreiro e má digestão
Só pra dor de amor é que não tem jeito nem solução.

Fazendo um apanhado nos livros de Língua Portuguesa da coleção Tempo de aprender, percebe-se que os conteúdos explorados no volume três são reportagens de conteúdo científico, onde os autores se limitam a exibir capas de periódicos, com manchetes de temas científicos.
Ao tratar da intertextualidade, a partir de um conto de Carlos Drummond de Andrade, propõe-se uma atividade que sugere a possibilidade de aproximação de conteúdos de Literatura e História. Do mesmo modo, o poema de Ferreira Gullar, “O açúcar”, apresenta potencialidades para ser explorado nos quadros da análise histórica e geográfica no que diz respeito à propriedade da terra e às condições do trabalhador no Brasil.
No volume quatro, são incorporados textos com elementos de História e de Ciências, mas seus conteúdos são pouco explorados, limitando-se o enfoque ao conteúdo especificamente curricular sobre a unidade e a tessitura do texto.
Bem, ao se proceder ao estudo do gênero literário romance, a coleção faz uso de algumas ilustrações do livro Dom Quixote, solicitando a comparação com textos extraídos dessa obra. Mas as questões propostas se reduzem a indagar: “Considerando o episódio lido, qual dessas representações traduz melhor o aspecto sonhador do cavaleiro, e o aspecto prático do escudeiro?”. O capítulo 3, ao enfocar as técnicas de leitura, apresenta um texto intitulado “As águas e a natureza viva”, propondo atividade de compreensão que envolve conhecimentos provenientes das Ciências Naturais e da Geografia.
Enfim, não percebi um interesse maior por parte dos autores em explorar temas que remetam a presença do preconceito e o respeito às diversidades.

Conclusão
Novos modelos de livros didáticos passaram a exigir maiores conhecimentos do professor, não basta mais apenas a leitura escrita, mas conhecimentos das diversas linguagens e habilidades, ou seja, dominar os textos não-verbais.
A pesquisa realizada demonstrou que, apesar da existência de vários movimentos que trabalham contra a discriminação das diversidades e a favor de uma valorização e aceitação das diferenças como parte fundamental de nossa história, ideias racistas e homofóbicas ainda estão sendo veiculadas, inclusive através de materiais utilizados nas escolas.
Quando levadas ao aluno atividades que o façam refletir acerca das diferenças está-se contribuindo para a formação de um aluno que não veicule ideias racistas ou preconceituosas, visto que estudantes que já realizaram reflexões acerca da diversidade étnico-racial demonstraram aceitar muito mais as diferenças em relação aqueles que não possuem conhecimentos acerca da temática, podendo assimilar situações de preconceitos como normais e corretar, podendo-se tornar mais uma pessoa racista.
Dessa forma, percebe-se o quanto é importante que o professor tenha preparação e saiba "trabalhar" com a diversidade étnico-racial em sala, visto que o despreparo e, consequentemente, o não aprofundamento da temática poderão resultar em traumas aos alunos/as ou em desvalorização da cultura dos afrodescendentes, deixando-os em desvantagem social em relação à população branca.
Em outras palavras, é de grande importância que se dê espaço também à diversidade, apresentando práticas pedagógicas que superem as desigualdades sociais e raciais. Além disso, os professores devem ter uma visão crítica e reflexiva sobre o livro didático, não permitindo a adoção de materiais que veiculam estereótipos do afrodescendente, o que, facilmente, acontece no contexto escolar, resultando, assim, na utilização de materiais com ideias racistas.


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Márcia Mirene
Enviado por Márcia Mirene em 31/07/2013
Alterado em 06/09/2013
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Comentários
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